"Trampolim do Forte", único representante de fora do eixo Rio-São Paulo na competição de longas de ficção da Premiere Brasil do Festival do Rio, foi apresentado na noite desta quarta-feira (29) no cine Odeon, com presença maciça de elenco e equipe.
O filme baiano, dirigido por João Rodrigo Mattos, segue a vida dura de meninos pobres de Salvador, sem, no entanto, abdicar do humor e da leveza. Felizardo (Adailson dos Santos) vende picolés para ajudar a mãe (Marcélia Cartaxo), evangélica fervorosa.
Seu melhor amigo é Déo (Lúcio Lima), parceiro de saltos no trampolim do forte e que enfrenta problemas em casa. Fuleirinho (Everton Machado) é o delinquente que atormenta o pobre Feliz. Um italiano explora garotas, um velho assedia rispidamente adolescentes. Enquanto isso, Tadeu, um estuprador em série chamado de “rei das criancinhas”, aterroriza meninos e meninas da cidade.
As intenções são as mais honestas, mas o diretor passou um pouco da medida ao tentar colocar todas as mazelas no mesmo filme. Com isso, sempre tem alguma coisa acontecendo, e o longa perde a verossimilhança, ainda que se saiba que as crianças brasileiras estão expostas a riscos inimagináveis. Também exagera nas imagens bonitas dos garotos pulando do trampolim, que se repetem das mais variadas formas e muitas vezes parecem mais uma propaganda de televisão dessas com cenas elaboradamente espontâneas.
Trampolim do Forte sustenta-se principalmente no carismático elenco infantil e pela habilidade de João Rodrigo em não pesar a mão nunca, além de contar com participação impagável de Zéu Britto como uma travesti. É mais um filme bem intencionado e simpático, ainda que com problemas, desta Premiere Brasil. É mais um a ser recebido com certo entusiasmo. As próximas sessões acontecem nesta quinta-feira (30) e na sexta (1º).
O ator Lazáro Ramos junto com o elenco do filme 'Trampolim do Forte', exibido na noite de quarta-feira (29)
Lázaro Ramos prestigia o amigo Zéu Britto, que está no elenco de 'Trampolim do Forte'
“Faço a travesti Funclube e foi o personagem que mais exigiu de mim. Ela não podia ser caricata. Além disso, a preparação foi muito dolorosa: fiz depilação e tive que andar de salto”, contou Zéu Britto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Favor especificar Nome, Assunto e E-mail. Obrigado.