"A adaptação brilhante do Elípio Lopes Júnior e a direção de Otávio Müller conservaram o espírito original dessas mais de 100 histórias. Na verdade, tudo gira em torno da hipocrisia das pessoas quando se trata de manter as aparências nos relacionamentos", resume o veterano Marcos Oliveira.
No livro, sete moças e três rapazes se refugiam no campo para escapar da peste negra que destrói Florença. Para passar o tempo, o grupo se propõe a contar histórias sob um determinado tema. Há casos picantes, enredos engraçados, história de amor edificantes, enfim, um retrato sem pudores da natureza humana.
Na trama do teatro, durante a Idade Média, a vila de Serra da Chavasca recebe a inusitada visitada de dois trapaceiros: Maroto (Tauma) e Pepeto (Oliveira). A dupla foge da vingança de um nobre, cuja filha teve a honra "deflorada" pelo primeiro. "Não teria como interpretar mais de 100 casos, se bem que era tentador. A adaptação colocou as histórias em sintonia, unidas pelas músicas feitas por Zéu Britto", explica.
Entre os casos, o público vai encontrar freiras devassas que realizam "milagres" sexuais, uma esposa traiçoeira com habilidade para negócios e para esconder muita coisa do marido, jovens amantes dispostos a burlar a vigilância dos pais, um criado que perde a cabeça por amor e um simplório comerciante que descobre as falcatruas da sua esposa e resolve lhe dar uma lição.
"A montagem é contemporânea porque, em alguns momentos, a gente troca de personagens na frente de todo mundo. A música é feita ao vivo, de acordo com o momento da história. Sem contar que há uma interação com a plateia. A gente chega a dividir opiniões com o pessoal. O público está lá como se olhasse no buraco de uma fechadura", revela Oliveira.
Fazendo parte do Circuito Cultural CBN, 'Decameron' entra em cartaz no Teatro do Marista
Fonte: Globo.com
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